COINCIDÊNCIAS?
Após acompanhar mais uma decisão do Superbowl e ver novamente o New England Patriots no topo mais alto da NFL, reparei em muitas coincidências que existem, entre o time de Boston e o nosso Club Athletico Paranaense, começando pelos seus gestores, Robert Kraft do Patriots e Mario Celso Petraglia do Athletico.
É inegável a mudança de “vida”, estrutura e história de ambos os clubes nos últimos 25 anos, após a chegada destes 2 grandes nomes do esporte mundial.
Mas o que faz estes dois grandes dirigentes serem vistos de forma mais destacada e tão diferente do restante de dirigentes esportivos?
Quem seria capaz de substituí-los à altura?
Mesmo na organizada NFL, vemos clubes "perdendo" seus donos pelas fatalidades da vida, caindo vertiginosamente e não conseguindo manter as glórias e bons momentos de outrora.
AS SEMELHANÇAS
Mario Celso Petraglia, nascido em 11 de fevereiro de 1944, prestes a completar 75 anos de idade, Presidente do Conselho Deliberativo do Club Athletico Paranaense. Desde 1995, esteve à frente do clube em 21, dos últimos 24 anos.
Robert Kenneth Kraft, nascido em 05 de junho de 1941, 77 anos de idade, DONO do New England Patriots, da cidade de Boston, desde 1994.
O que ambos têm em comum?
Tornaram seus clubes, antes pobres e a beira da falência, em grandes referências de estrutura e organização para o esporte mundial.
MCP
Falar sobre MCP é chover no molhado, o Athleticano que desconhece a história deste grande dirigente a frente do Furacão, bom Athleticano não é.
MCP resgatou o Athletico do fundo do poço, da beira do abismo, de uma dívida na época de quase R$ 20 milhões (mas sem alternativas, como o clube tem atualmente, de angariar recursos para pagá-las).
Muitos criticam quando ele cita que o Athletico era o 3º clube da cidade, mas criticam por desconhecer a situação em que se encontrava o Furacão no início dos anos 90.
Para aqueles que ainda insistem em discutir, lembro que o Coritiba tinha o maior estádio e era o único e mais recente campeão brasileiro da Série A no estado, além de ter acumulado dezenas de títulos regionais. Enquanto o Paraná havia nascido gigante, era o primo rico, o 2º clube mais rico da América do Sul em patrimônio, e levantou, em sua curta existência, 7 títulos em 7 anos, entre o período de 91 a 97, com direito a título nacional da Série B.
Para que todos tenham uma ideia, em um espaço de tempo de mais de 50 anos, entre 1946 e 1997, apenas 9 vezes o Furacão sagrou-se campeão.
Entre 1995 e 2018, o Athletico conquistou 21 títulos sendo, 1 continental (2018), 3 de âmbito nacional (1995, 1999, 2001), 10 títulos regionais (Paranaenses e Copa Paraná), 2 torneios estaduais, 1 torneio nacional e 4 torneios internacionais, somando 21 troféus conquistados no período.
No mesmo período o Athletico ainda foi Vice no Brasileirão de 2004, Vice da Libertadores 2005 e 1 Vice da Copa do Brasil 2013.
O Furacão ainda, através de seu gestor Mario Celso Petraglia, construiu 2 estádios padrão FIFA e o Centro de treinamentos mais moderno da América Latina.
Tenho certeza que não é necessário acrescentar mais obras e realizações do visionário Mario Celso Petraglia.
MCP não é “dono” do Athletico, mas inova e cuida do clube como se fosse seu, e por isso é xingado constantemente!
RKK
Robert Kraft salvou o New England Patriots da degola em 1994, quando adquiriu o clube.
A grande diferença entre Robert Kraft e Mario Celso Petraglia, está no poder financeiro que cada um possui e de longe, Robert Kraft leva uma boa vantagem sobre MCP.
O DONO do Patriots "chegou" no clube e revolucionou tudo. Até mesmo um estádio novo construiu para o time de Boston, o espetacular Gillette Stadium.
O Patriots foi fundado em 1959 e seu primeiro título foi conquistado na temporada de 2001, liderado pelo (até hoje) quarterback Tom Brady.
Assim como o Athletico Paranaense, que conquistou o maior título de sua história na temporada de 2018, o New England Patriots acaba de conquistar o título da temporada de 2018, que o coloca como o maior vencedor de Superbowls de todos os tempos, ao lado do Pittsburgh Steelers. Foi o sexto título de Superbowl de sua história. Títulos em 2001, 2003, 2004, 2014, 2016, 2018.
Além de tudo isso, o Patriots recentemente também mudou sua logo marca. Marca que também já passou por várias metamorfoses.
Nunca é demais lembrar que nos estádios americanos, que ficam lotados em 97% dos jogos, não há divisão de torcidas, ou seja, as torcidas de ambas as equipes que se enfrentam, assistem aos jogos lado a lado.
Robert Kraft é dono do Patriots, inova sem perguntar, muda quando deseja, e por isso é exaltado pelos torcedores do clube.
DIFERENÇAS
A diferença está na cultura, pois, o torcedor do futebol americano é ainda mais fanático, que o torcedor do futebol brasileiro.
Mas para os americanos, o respeito vem em primeiro lugar!
Nos Estados Unidos se projeta o avanço, a continuidade, a inovação, a renovação, a estratégia de futuro, o marketing, show business, etc. A vitória é a "cereja do bolo" no espetáculo, o que vem primeiro é o espetáculo. O americano odeia ser derrotado, mas respeita o adversário que o derrotou, sempre.
No Brasil, a briga é para que nada mude, que o arcaico prevaleça e siga adiante, que nada seja renovado. Estratégias e pensamentos futuristas não são bem vindos e o "pensar no hoje" é a ideia central, além do que, o esporte só vale a pena para maioria se o clube for o vencedor. Derrotas inflamam a falta de respeito, xingamentos e até violência nos dias subsequentes.
FIDELIDADE
Nos Estados Unidos quase 100% das cadeiras são vendidas por antecipação, colocando lotação máxima em quase todos os jogos, com valores mínimos de ingressos em torno de $ 80,00 (cerca de R$ 300,00) no setor de pior visão do estádio, preços praticados pelos times de menor expressão. Quanto maior a fama do time, maiores são os valores de ingressos.
As cotas de TV são distribuídas de forma igualitária, independente de IBOPE ou de maiores ou menores torcidas.
A fidelidade do torcedor é algo espantoso. A cidade de Green Bay, por exemplo, tem população de 105 mil habitantes. O estádio do Green Bay Packers, o Lambeau Field, tem capacidade para 73 mil pessoas e há mais de 40 anos, quase 400 jogos seguidos, tem toda a carga de ingressos esgotada com antecedência.
A final do Superbowl teve ingressos vendidos com preços mínimos de $ 3.500,00 (cerca R$ 13.000,00).
Honestidade, organização, dedicação e inovação, tornaram Mario e Robert, exemplos de gênios dos esportes, afinal, suas decisões fora, refletem em sucesso dentro de campo.
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