EXEMPLO DE FUTEBOL
O Atlético Paranaense virou sinônimo de evolução, competência administrativa e desafios no mundo do futebol nacional e internacional. Quando se fala em Atlético Paranaense, se fala do único clube fora do eixo Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande, capaz de bater de frente com qualquer uma das equipes que compõe o grupo dos 12 “mais” do futebol nacional.
Todos conhecem a história, sobre a grande virada iniciada em 1995, em meio a falência quase decretada do clube. Com o passar dos anos, o clube se modernizou e atingiu um patamar em estrutura e administração jamais vistos em terras brasileiras e bem por isso, passou a despertar a atenção, antes apenas como um rival a ser batido, atualmente como um exemplo a ser seguido.
Quem já teve o privilégio e a oportunidade de visitar por completo o CT do clube, bem como o Estádio Arena da Baixada, sabe muito bem o que significa “Excelência em futebol”.
A organização é espetacular e até mesmo a limpeza é algo a se notar. Imaginem dezenas de jogadores circulando continuamente pelas dependências do CT e os pisos sempre estão absolutamente limpos.
Nada é feito por acaso, há sempre um cronograma a ser seguido e os funcionários não param. Não se vê no CT, qualquer funcionário “encostado”, matando o tempo.
Alguns dias atrás, li alguns comentários estúpidos e algumas perguntas desnecessárias sobre Marcio Lara, o profissional responsável pela direção do CT. Pois bem, Marcio Lara é eficiente e dedicado, às vezes é um tanto intransigente e fechado, mas se faz necessário, para que tenha o respeito de todos e o controle da administração de um complexo gigantesco como o CT. Sem mão firme, dedicação e responsabilidade, a “coisa” não flui e posso lhes garantir, Marcio Lara faz bem seu trabalho.
Muito falo sobre administração, sobre a necessidade de profissionais que tenham visão de futuro, que estejam atentos e preparados e que saibam aguentar a pressão. O Atlético de hoje em dia não é para qualquer um. Qualquer falha ou em mãos erradas, e toda uma "história" pode se acabar do dia para a noite.
O CT do Furacão e como uma indústria de atletas, necessário para que o clube possa tirar daí o sustento, tanto financeiro, quanto de reposição de elenco. Sem uma boa administração, o clube estará fatalmente fadado ao fracasso ao longo do tempo, tendo assim que se nivelar aos demais que não compõe o eixo dos 12.
O clube alcançou o 13º posto entre os maiores do país, mas se levarmos em consideração as estatísticas, poderemos notar que há alguns anos o clube se mantém entre os 10 maiores. O ranking da CBF mostra claramente o salto que o clube deu da 21ª posição em 1995, para a atual 9ª colocação em 2018, a frente inclusive de clubes do eixo, como São Paulo, Internacional, Fluminense e Vasco.
Um salto espetacular para um clube que já foi visto como menor que Portuguesa e Mogi Mirim e atualmente brilha entre os primeiros.
BASE DE CAMPEÕES
Se ainda faltam mais títulos de expressão para o grupo principal, as categorias de base do clube não deixam a desejar e hoje se destacam entre as melhores do país. Isso só foi possível graças ao trabalho responsável, observação de tendências do mercado futebolístico, competência, organização e principalmente, ousadia em sair do comum, implantando novos conceitos e formas de trabalho.
O clube já é referência para clubes brasileiros, clubes europeus e até mesmo para o futebol inglês, que nos últimos anos se renovou por completo, desde o campo até a arquibancada. O Atlético Paranaense mantém parceria com o Everton, time da primeira divisão do futebol inglês e já estuda outras novas.
É comum ver profissionais de vários clubes brasileiros, inclusive até estrangeiros, visitando o CT do Caju, em busca de conhecimento e ideias. Todos são muito bem recebidos e o Furacão não esconde o jogo, presta auxílio de forma quase irrestrita.
O Atlético Paranaense é o líder absoluto em números de escolas de futebol e já é disparado o grande papa títulos nas categorias de base.
PARCERIAS INTELIGENTES
O Atlético paranaense está se solidificando como o maior revelador de talentos do futebol brasileiro. Claro que os valores financeiros ainda não acompanham os números em revelações, mas o fato de estar entre os maiores exportadores do futebol brasileiro já lhe garante a confiança do mercado estrangeiro.
Por isso mesmo, o clube se dedica em estabelecer parcerias diferentes, que o aproximem mais do mercado externo. Podemos citar dentre tantas parcerias, a ocorrida em 2008 com o futebol árabe. Abdullah Ali Al Kamali ou simplesmente Kamali, foi o primeiro atleta árabe a vestir a camisa de um clube brasileiro, onde se profissionalizou e rendeu elos de respeito, amizade e confiança na administração do Furacão. (Pena o contrato do atleta ter sido encerrado na administração pouco visionária de MM em 2009).
O ideal de administração sempre esteve voltado em internacionalizar a marca do clube e um desses grandes saltos foi recentemente alcançado com a parceria com os francos/chineses da Inoovi.
Devido a nova parceria, o Atlético Paranaense foi motivo de matérias em grandes meios de comunicação da Europa, principalmente na Inglaterra, França, Suiça e Noruega.
Estar na vitrine do mercado internacional, possibilita ao Atlético Paranaense não só ganhos com marketing, mas também a confiança do mercado estrangeiro em negócios relativos ao futebol do clube e dentro disso, podemos citar a venda de atletas.
A ESPERA POR UM NOVO GRANDE TÍTULO
Talvez, os grandes sonhos e anseios Atleticanos estejam empacando na impaciência de sua própria torcida.
A exigência, nos últimos 2 anos, por títulos nacionais e internacionais, não caminha de acordo com a realidade financeira do clube. O clube é visto por sua própria torcida como um clube rico e que pode esbanjar dinheiro em grandes revelações a qualquer momento. O Atlético Paranaense é hoje o clube com a melhor saúde financeira das Américas, mas isso não quer dizer que tenha dinheiro em caixa sobrando para aplicar em grandes nomes.
Financeiramente o clube está bem, é o único entre os 35 maiores clubes do Brasil, segundo levantamento da PLURI, que não fechou com prejuízos em 2017. Em contrapartida, hoje é o 17º em cotas de mídia e ainda assim, disputa constantemente os maiores campeonatos nacionais e sul americanos.
Mas como fazer o torcedor entender que dinheiro em caixa é o combustível necessário, ano após ano, para se montar um grande elenco?
Dias atrás postei uma análise sobre as folhas salariais de Flamengo e Atlético Paranaense, provando que hoje a folha do Furacão chega a ser 4 vezes maior que a do Flamengo, se levarmos em conta a proporção em porcentagem de cotas de mídia recebidas e os salários pagos.
Na falta de dinheiro para bancar grandes nomes, com salários extravagantes, o clube corre em busca de promessas, muitas vezes deixadas de lado (por excesso de estrelas) ou esquecidas pelos ditos “grandes”. E essa tem sido a melhor saída para um clube que resiste na luta contra os poderosos clubes brasileiros.
Para o torcedor Atleticano ficou fácil pedir, falar e exigir, o que talvez falte a esse torcedor, seja um pouquinho de humildade de reconhecer que o clube luta praticamente sozinho para superar as adversidades impostas pelo eixo dos 12.
A CONCORRÊNCIA DESLEAL DOS INGRESSOS BARATOS
Vejamos o caso, por exemplo, dos valores de ingressos do Cruzeiro para a partida de volta pela Copa do Brasil, colocados a R$ 10,00.
Em 2018 o Cruzeiro recebeu de cotas entre o Brasileirão e o estadual a quantia de R$ 73 milhões, mais que o dobro que o Furacão. O faturamento do Cruzeiro em 2017 chegou a casa dos R$ 340 milhões, também mais que o dobro do Furacão que ficou na casa dos R$ 160 milhões e aliado a isso, enquanto o Furacão fechou 2016 com 54 milhões de receitas recebidas da mídia, o Cruzeiro fechou com R$ 131 milhões e esses números não são muito diferentes em relação a 2017, o que permite ao clube mineiro, ter saldo suficiente em caixa para “rifar” seus ingressos em qualquer partida disputada. O Cruzeiro, em sua totalidade de receitas oriundas com mídia, chega a embolsar 4 vezes mais que o Furacão.
A diferença é gigantesca comparada ao Cruzeiro, imaginem aos demais que estão muito a frente financeiramente nos quesitos acima apresentados.
Imagino como poderia estar o Atlético a nível nacional e internacional, se tivesse a sua disposição e claro com MCP no comando, todo esse dinheiro que os clubes do eixo recebem sem muito esforço e que gastam inclusive, sem conhecimento e planejamentos específicos.
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