Assistindo ao jogo entre Atlético Acreano x Atlético-MG, revivi um pouco do que fomos no passado, onde um jogo contra um grande do eixo era algo expressivo. Não perder já era vitória e vencer a partida era motivo de comemoração o mês inteiro. Ninguém sonhava com título de expressão, era impossível, sabíamos disso e o máximo que comemorávamos era um ou outro título estadual e a glória de ter deixado de ser saco de pancadas dos coxas.
Você pensa que o que escrevo é piada? Não, não é! Era talvez
pior, pois quando começava uma nova temporada, nem sabíamos se teríamos time
para entrar em campo. O Atlético Acreano lembrou-me o antigo Atlético Paranaense, os
comentários da mídia são similares aos que dedicavam para nós há mais de 20
anos atrás, talvez contra nós eram mais sórdidos, cansei de ouvir “time
pequeno, medíocre” em rede nacional.
Não éramos, portanto, acostumados a títulos e grandes
proezas, seja resultado em campo, ou jogos internacionais (que aliás eram um
sonho nosso, finalmente realizado), tão pouco estávamos presentes na mídia
todos os dias. Não éramos destaque em ranking algum. Nossos jogos muito
raramente eram transmitidos pela tv e quando isso acontecia era para exaltar a grande equipe do eixo e expressar que seríamos humilhados por ela.
Torcida? Hoje vejo falar da torcida de antigamente, nossa torcida era fiel
sim, fiel ao “radin” de pilha ou ao adversário. Não chegávamos a 1000 presentes
no estádio durante o ano em média. Os grandes públicos apareciam quando o jogo
era contra um grande de São Paulo ou do Rio de Janeiro, porque se fosse contra
um time de Minas por exemplo, a tendência era de 6 mil pessoas. Consulte jogos
contra o “inexpressivo” Cruzeiro na época. Você acha que estou brincando? Hoje
o Cruzeiro é tido como bicho papão, mas na época caminhava na glória do Galo,
não tinha apelo no eixo.
Nesse período não havia festa nas arquibancadas, pois não havia
dinheiro. Uma Kombi emprestada era o que a torcida usufruía, e que às vezes precisava ser empurrada para ir no tranco, outras nem sequer chegava ao estádio. Mas havia algo essencial em qualquer
relação, o verdadeiro amor, aquele que fluía do coração para a garganta e era o suficiente
para empurrar o time. Pouco importava o placar, era o Atlético em campo e isso bastava!
Tempos difíceis se comparados com o luxo e
as possibilidades que temos a nossa volta hoje. Por isso não concordo com
certas atitudes, acho que tudo pode ser renovado. Hoje vejo moleques mimados, que
mal saíram das fraldas, querendo dar lição de como torcer aos que ajudaram esse
clube sobreviver até os dias atuais. Sabem de nada!
Atualmente com muito orgulho escrevo sobre grandes façanhas do
Atlético e essas façanhas ajudam o clube a progredir, ter mais nome, algo
essencial para quem quer rivalizar em busca de títulos nacionais de expressão.
Acontece que para cada texto que coloco exaltando o clube, aparece um imbecil
para cobrar vitórias e títulos ... “mas títulos que é bom nada”!
Se o "retardado" acha que necessita de títulos para amar o clube, então que pegue sua bandeira e migre pra clubes do eixo, onde qualquer um pode torcer sem se comprometer e ainda vibrar com títulos. No Atlético jamais precisamos de torcedores ilusórios, muito menos torcedores de ocasião e torcedores traíras menos ainda. Para fazer parte dessa nação de verdadeiros torcedores Atleticanos é necessário amar esse clube sem dele nada esperar, nem títulos, nem vitórias. O amor deve ser incondicional! Ou você entende isso, ou saia fora já, você não fará falta. Ser Atleticano não é para qualquer pessoa, é só para os fortes, os fracos que desapareçam.
Oras, não sou Atleticano por causa de vitórias e títulos, se
assim fosse teria sido torcedor do coxa na época, ou do Flamengo, ou do Grêmio,
nem do Corinthians seria, porque não ganhava nada.
Sou Atleticano porque esse clube está impregnado na minh
‘alma, eu vivo ele todos os dias, como se fosse um filho meu, e meu filho não
precisa ser vencedor para que eu possa amá-lo. Amo o Atlético porque
simplesmente ele está presente em mim. Sim, meu sangue é Rubro Negro Atleticano
Paranaense e só.
Vejo muitos dizerem que tem o coração dividido, “torço pro
Atlético e pro Flamengo” ... ou Barcelona ... ou Corinthians ... e aqueles
então que torcem pros nossos rivais também ... São Paulo, Fluminense, Vasco ?? ...
Tem de tudo! Mas porquê? Qual a necessidade disso? Porque a necessidade de
torcer para outro clube que não seja só o Atlético? Parece o cara que diz amar
duas mulheres, ou a mulher que diz amar dois caras, é simplesmente sem nexo. Amor
é um só!
Clube Atlético Paranaense, nunca deixarei de lutar por ti. Você
é minha única paixão, não há espaço pra outro time em meu coração. Para mim
você sempre será um vencedor, mesmo nas derrotas. Nada jamais abalará o que
sinto, pois o que sinto é verdadeiro e sei que quando algum título chegar,
apenas irá complementar o amor que sinto por ti, mas jamais irá determinar se
amo mais ou menos esse clube.
Ame o Atlético e não o que ele pode fazer por você!
Não pergunte o que o Atlético pode fazer por ti, mas sim o
que você pode fazer por esse clube e sem esperar retorno, pois quem ama faz de
coração e não por ganância e ambição.
Perfeito Robson, é como mãe, a gente só tem uma. Dia desses alguém fez uma enquete, qual time vc torce na Europa, fui um dos poucos que assinalou: Atlético Paranaense. Não se tem dois times assim como não se tem duas mães.
ResponderExcluirTexto BRILHANTE digno de aplausos
ResponderExcluirAssino em baixo em tudo que foi aqui escrito, principalmente quanto a pseudo torcida de "sofá"
ResponderExcluirDISSE TUDO, MEU NOBRE!!!!
ResponderExcluirAmo o time atlético paranaense e se tudo continuar dando certo aparecer o tal de patrocínio máster e a torcida parar de mimi os títulos logo vem
ResponderExcluirLindo texto eh o que sempre digo temos que amar nosso time independente de titulos SRN.
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