terça-feira, 27 de junho de 2017

Baixada e a Lava Jato


A Arena do Atlético Paranaense ficou longe de quaisquer suspeitas de envolvimento com superfaturamentos, propinas, desvios de verbas e outros tipos de corrupção.

Vale lembrar que a obra do Furacão foi unicamente bancada pelo Atlético Paranaense. Muito esforço, muito trabalho e dedicação para se construir um dos estádios mais modernos das Américas.

Mas, por muito pouco a construtora OAS não pegou a obra.

Petraglia apresentou projeto para o estádio, mesmo não estando na administração do clube. Para perplexidade da gestão “mais chuteiras”, em reunião do Conselho Deliberativo que terminou após a meia-noite do dia 25 de julho de 2011, a proposta apresentada por Petraglia venceu a da construtora OAS por 119 votos contra 35. Houve 29 abstenções e a construtora Triunfo não recebeu votos.

Conta-se nos “bastidores” Atleticanos que os conselheiros que votaram a favor, mesmo “os do contra”, não tiveram dúvidas após a proposta apresentada pelo atual Presidente do Conselho Deliberativo. A maioria estava perplexa!

O grande problema foi o custo que dos iniciais R$ 184 milhões, acabou fechando em R$ 391 milhões. Esse salto de valores se deu por vários motivos, dentre eles a demora no repasse dos recursos oriundos dos financiamentos tomados no BNDES e na Fomento Paraná que causou a paralisação das obras em pelo menos três oportunidades.

Além disso, apesar de não apresentar nenhum acidente durante os mais de dois anos de remodelação do estádio, o Ministério Público do Trabalho chegou a interditar as obras alegando falta de segurança. O estádio deveria ter ficado pronto no final de 2013. Com vários estádios sendo construídos ao mesmo tempo no Brasil, todos os insumos que compunham as obras sofreram majoração (aumento) de preços.

Mesmo enfrentando todas as adversidades, incluindo uma luta ferrenha da mídia paranaense contra, a Arena da Baixada do Atlético Paranaense tornou-se realidade.

Quanto as baboseiras que circulam na imprensa paranaense, comuns de sempre, não vale a pena perder tempo comentando. A mídia fora do Estado do Paraná é de maior credibilidade, sem as tendenciosidades costumeiras da nossa, portanto a nível nacional você nunca vê informações negativas sobre a Arena do Atlético.


Veja um pouco mais sobre a Lava Jato e os estádios da COPA 2014:

Foram gastos na construção ou reformas das 12 arenas um total de R$ 8,333 bilhões.

O valor financiado pelo BNDES R$ 3,815 bilhões.

A Lava Jato investiga todas as empresas que conduziram os projetos dos estádios da copa de 2014 e são acusadas de participar de esquemas de formação de cartel para fraudar contratos da Petrobrás.


Abaixo o ranking de custos dos estádios da Copa 2014 e suas indicações:

01 - ARENA MANÉ GARRINCHA, BRASÍLIA (DF) - R$ 1,5 bilhão – Construtora Andrade Gutierrez

Indícios de superfaturamento na reconstrução do estádio.

Ex-executivos da Andrade Gutierrez afirmam ter pago propinas aos ex-governadores do DF José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz por conta das obras do Estádio Mané Garrincha. O valor para Agnelo seria de 1% da obra, que custou R$ 1,5 bilhão. O estádio ficou com a Andrade Gutierrez após acerto no cartel de empreiteiras, segundo seus ex-executivos.

02 - ARENA ITAQUERÃO, SÃO PAULO (SP) - R$ 1,2 bilhão – Construtora Odebrecht

Planilhas da Odebrecht registram caixa 2 de R$ 3 milhões ao ex-presidente Andrés Sanches. Na delação, ex-executivos dizem que deputado Vicente Cândido (PT-SP) recebeu R$ 50 mil para ajudar nos trâmites.

Há dois deputados acusados de receber dinheiro da Odebrecht relacionado às obras no estádio: são Andrés Sanchez (ex-presidente do Corinthians) e Vicente Cândido (diretor da CBF), ambos do PT. Delações de executivos da Odebrecht apontam que Andres ficou com R$ 500 mil por meio de pagamentos para André Oliveira (vice do Corinthians), já Cândido é acusado de receber R$ 50 mil para ajudar na operação do financiamento da arena. Emílio Odebrecht, dono da empresa, disse que o estádio foi um presente para o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.

03 - ARENA MARACANÃ, RIO DE JANEIRO (RJ) - R$ 1,2 bilhão – Construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez 

 
Em delações de ex-executivos de Odebrecht e Andrade Gutierrez, ex-governador Sergio Cabral é acusado de ter recebido 5% das obras do estádio.

Membros do Tribunal de Contas do Estado também são citados por supostos pagamentos para aprovar edital de licitação

Ex-executivos da AG (Andrade Gutierrez) e da Odebrecht apontaram pagamento de propina para o ex-governador do Rio Sergio Cabral para a execução da obra. O valor poderia chegar a 5% do projeto que somou R$ 1,2 bilhão. Cabral ainda aceitou a inclusão da AG na obra após acerto de ''contribuição''. Funcionários da Odebrecht relataram ainda o pagamento a membros do TCE (Tribunal de Contas do Estado) para aprovar a concessão do estádio à empreiteira.

04 - ARENA MINEIRÃO, BELO HORIZONTE (MG) - R$ 695 milhões – Construtoras Construcap, Egesa e HAP Engenharia

 
O empresário Joesley Batista, da JBS, diz em delação que foi orientado pelo governador de Minas Fernando Pimentel (PT) a comprar 3% das ações de um integrante do consórcio e que o dinheiro iria para o governante.

Ex-executivos da Andrade Gutierrez relatam que, pelo acerto feito entre empreiteiras, ficariam com a execução da obra no estádio. Mas afirmam que perderam o interesse porque o projeto se tornou uma Parceria Público-Privada. A Construcap, que fez o estádio, teve executivo preso na Lava-Jato e é acusada por promotores mineiros de desvio de dinheiro no Mineirão com fraude a balanços.

05 - ARENA FONTE NOVA, SALVADOR (BA) - R$ 689 milhões – Construtora Odebrecht e OAS

Sobrepreço nas obras do estádio e aparece em delação de ex-executivos da Andrade Gutierrez por supostas irregularidades.

Ex-executivos da Andrade Gutierrez apontaram que a obra do estádio ficou com a Odebrecht fruto do cartel feito entre as empreiteiras para divisão dos projetos. O ''Estado de S. Paulo'' listou a arena como uma das obras investigadas no âmbito da operação Lava-Jato, após delações de executivos da Odebrecht.

06 - ARENA AMAZÔNIA, EM MANAUS (AM) - R$ 660 milhões - Construtora Andrade Gutierrez

Em delação, ex-executivos da Andrade Gutierrez dizem ter pago propina para os ex-governadores do Amazonas, Eduardo Braga e Osmar Aziz. O primeiro teria uma cota de 10% sobre obras realizadas no Estado, e o segundo teria aceitado reduzir o percentual para 5%. O estádio ficou com a AG por acerto no cartel, segundo seus executivos.

07 - ARENA PANTANAL, CUIABÁ (MT) - R$ 596 milhões – Construtora Mendes Júnior

Não há acusações relacionadas à operação Lava-Jato em relação ao estádio. Mas o ex-secretário de Copa do Mato Grosso Eder Moraes afirmou que o ex-governador Silval Barbosa lhe ofereceu R$ 5 milhões em propina para acelerar o processo de contratação da obra. Posteriormente, Eder recuou de seu depoimento. Silval está preso por diversas acusações de corrupção e o jornal ''O Globo'' informou que deve fazer delação premiada.

08 - ARENA CASTELÃO, FORTALEZA (CE) - R$ 547,5 milhões – Construtoras Galvão Engenharia em consórcio com Andrade Mendonça e BWA

Pré-acordo para a Carioca Engenharia ganhar a licitação do estádio em Fortaleza. A Andrade Gutierrez afirmou que a arena fez parte do 'cartel da Copa.

Ex-executivos da Andrade Gutierrez e da Odebrecht apontaram que as obras do estádio foram destinadas à empreiteira Queiroz Galvão como parte do cartel de empreiteiras que decidiu o destino de oito arenas.

09 - ARENA PERNAMBUCO, RECIFE (PE) - R$ 532 milhões – Construtora Odebrecht 

 
A licitação do estádio foi fraudada por conta do cartel acertado entre as empreiteiras, segundo o ex-executivo da Odebrecht. A versão é confirmada por ex-funcionários da AG. A Polícia Federal ainda investiga em inquérito indícios de superfaturamento na obra do estádio, o que se dá em separado da operação Lava-Jato.

10 - ARENA DAS DUNAS, NATAL (RN) - R$ 400 milhões – Construtora OAS

Suspeita de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro na construção.

Ex-executivos da OAS relataram pagamento de propina para o senador Agripino Maia (DEM-RN) por ele ter influência na execução das obras. O objetivo seria superar entraves para obter empréstimo no BNDES. A denúncia de cartel feita pela Andrade Gutierrez ainda apontou que a obra ficou com a OAS após acerto entre as empreiteiras.

Os estádios abaixo não aparecem em nenhuma investigação.

11 - ARENA DA BAIXADA, EM CURITIBA (PR) - R$ 391 milhões – Clube 

 
12 - ARENA BEIRA RIO, PORTO ALEGRE (RS) - R$ 366 milhões – Clube/ Construtora Andrade Gutierrez (Reforma)

Fontes: Ministério dos Esportes / Lance! / Blog Rodrigo Mattos / O Estadão



 

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